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Móveis com memória - décadas de 50 e 60 -

04 de Maio, 2020

Já pensou nas histórias que os móveis contariam se se conseguissem exprimir?
Que histórias poderia contar uma mesa de secretária de um gabinete da Europa de leste nos anos 40? Uma chaise long de um apartamento em Paris da década de 20? Ou mesmo o mobiliário criado e tantas vezes repetido dos restaurantes americanos de beira de estrada?

Se na sua memória ficou marcada a cadeira que a sua professora primária usava todos os dias na escola ou o aparador que a sua mãe, a sua tia e todos os seus amigos pareciam ter em casa, descubra alguns designs de móveis com memória que a nossa equipa escolheu para si.


1. A influência do Norte

Tendo o seu início sido por volta de 1897, com a Exposição de Artes e Indústrias de Estocolmo, o design de mobiliário nórdico alcançou o seu auge na década de 50.
Com um design pormenorizado, ainda pouco comum no mobiliário da altura, designers como Hans Wegner, Arne Jacobsen, Verner Panton, Eero Saarinen, Nanna Ditzel ou Louise Campbell destacaram-se na criação de mobiliário doméstico, principalmente através de peças hoje em dia icónicas como secretárias, mesas e aparadores.

Por cima deste aparador escandinavo dos anos 60 encontrava-se sempre ou um rádio ou uma televisão. Peça de mobiliário presente em qualquer casa de classe média durante estas décadas, era um dos lugares comuns de partilha e onde mais tempo se passava, em casa.

Quando a grande parte dos escritórios eram ainda extremamente aborrecidos quanto à sua decoração, Arne Jacobson, numa técnica totalmente nova, criou em design total uma poltrona a que chamou, pela sua forma oval, Ovo.

Hoje em dia indiscutivelmente uma inovação da história do design de mobiliário em todo o mundo, esta poltrona abriu portas e revolucionou não apenas o interior de muitos escritórios como também os lobbys de vários hotéis por todo o mundo, onde por vezes ainda conseguimos encontrar modelos ou inspirações muito semelhantes.

Destacar cadeiras sem falar em Wans J. Wegner é o mesmo que entrar num quarto de hotel e não existir uma cama.
Um dos mais criativos designers dinamarqueses destas décadas, e criador de inúmeras peças de mobiliário que surpreenderam e se destacaram do que até então se fazia, Wegner afirmou que para ele o processo de criar uma cadeira era apenas simplificar ao máximo as pernas, o assento e o encosto necessários para a compor.

Hoje parece já não fazer sentido mas nos anos 50 e 60 se existia móvel que qualquer casa ou espaço comercial ou escritório tinham obrigatoriamente de ter era uma mesa para colocar o telefone.
Design e funcionalidade de mãos dadas numa junção de formas, materiais e cores e que inspiraram muitas colecções de mesas, aparadores ou cadeiras nos anos seguintes.


Sabemos que à primeira  vista pode parecer mas não, este não é o mobiliário daquele bar que conheces.
No entanto as formas orgânicas criadas por Eero Saarinen, num estilo a que ele chamou Túlipa, conseguiram manter-se actuais até aos dias de hoje.



Apesar de existirem diversos designs escolhemos apresentar o armário mesa de Arne Whal.
Uma peça usada para tratar da correspondência começou a fazer parte das casas da maioria dos europeus que procuravam um rentabilizar o espaço dos apartamentos na cidade, num dos expoentes máximos da funcionalidade do mobiliário.

 

Sim, apesar de parecer actual esta cômoda foi criada nos anos 60.
Já através da utilização do laminado foi criada uma peça adaptável a diversos espaços e cujo design a tornava praticamente numa peça de decoração por si só.
Nos dias de hoje é fácil não só desejá-la nos nossos espaços como também encontrar vários modelos inspirados e bastante próximos deste design.

Se o design modernista escandinavo já apresentava a tendência de simplificação, as prateleiras (também com a função de separadores de espaços) são um dos design que tendo ficado na memória têm sido recuperados nos últimos anos em diversos espaços por todo o mundo, como cafés, escritórios e hostels.

Facilmente ligados a espaços mais orgânicos e onde a luz solar ou as plantas naturais ganham um papel preponderante, parece estranho perceber que 60 anos depois esta volta a ser uma das maiores tendências de design dos novos anos 20.
 

2. A realidade portuguesa

Em Portugal, tendo também em conta o ambiente político, o destaque durante as décadas de 50 e 60 centrou-se numa fábrica  que mobiliou não apenas a maior parte das casas de classe média do país como também cafés, teatros, postos dos correios, hospitais, hotéis e até mesmo no Parlamento.

Fundada por José Olaio, a fábrica Olaio, com sede na Bobadela, destacou-se pela qualidade do seu mobiliário e pela inspiração modernista nórdica.
Actualmente encerrada, esta fábrica portuguesa conseguiu, por exemplo, fabricar mobiliário para a IKEA e manter uma procura constante por algumas das suas peças icónicas mesmo nos dias de hoje.

A cadeira Forma é uma daquelas peças de mobiliário que, por certo, qualquer pessoa com mais de 30/35 anos se consegue lembrar.
Seja na casa dos seus avós ou na sala de aulas, a tão desejada ou temida mas sempre confortável cadeira da “senhora professora” é uma peça de mobiliário que ficou gravada na memória de todos.


 

O aparador Caravela era uma peça fundamental na casa de qualquer português que procura-se manter-se a par do design moderno que aos poucos chegava de fora.

Da mesma colecção a mesa Caravela já conseguia aliar a robustez dos materiais a um design modernista e funcional, permitindo a extensão do tampo.

Modular, um nome que explica um móvel que permitia a personalização numa época em que o comum era o mais desejado.

Uma das maiores inovações da fábrica Olaio foi o sistema modular desta estante que chamou à atenção e criou tendências que ainda hoje, por certo, conseguimos encontrar em nossas casas.
Um risco que foi corrido, provavelmente inspirado nas estantes escandinavas, e que para além da memória se mantém no nosso dia-a-dia.

Na Moverel,  inspiramo-nos na história e procuramos, também, criar mobiliário com memória. Sabemos que à semelhança das peças escolhidas o design, qualidade e funcionalidade do mobiliário são essenciais para a criação de projectos de sucesso e que se destaquem através das sensações que criam no momento e permanecem para a posterioridade.
 

Se gostou deste artigo, quer saber mais sobre mobiliário com memória ou partilhar outras peças connosco, fale connosco.
Se tem um projecto e ficou inspirado por algumas das peças apresentadas, contacte-nos que estamos disponíveis para, em conjunto, criar mobiliário ou interiores inesquecíveis.